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A homenagem a Madiba em Matosinhos

A homenagem a Madiba em Matosinhos

O Nelson Mandela Music Tribute, que decorreu nos dias 18, 19 e 20 de julho, na Praia do Aterro, em Matosinhos, e que atraiu cerca de 40 mil pessoas, trouxe momentos únicos. Desfilemos os principais, com merecida vénia para Bob Geldof e Steven Tyler (Aerosmith).

Last but not least… Steven Tyler. Temos que começar pelo fim. O grande concerto assim nos obrigou!

Já era o fim de uma louvável iniciativa em nome de Nelson Mandela e o público já manifestava, naturalmente, algum cansaço sem ter a mínima ideia do que estava para acontecer.

E eis que o homem do leme dos Aerosmith em nome próprio chegou mesmo para dar um brilharete e encerrar com chave de ouro esta primeira edição do Nelson Mandela Music Tribute, sem esquecer, claro, a figura de Madiba. Tyler inclusive cantou um emotivo “Happy Birthday” ao histórico líder africano.

Em termos musicais passou-se por covers de Beatles, Led Zeppelin, uma participação emocionada com Nuno Bettencourt (“More Than Words”) até ao desfilar de hits dos Aerosmith. Claro que não faltou “Dream On”, “Livin on the edge” ou “Walk this way”.

O público, de várias gerações, aderiu entusiasticamente e Tyler ainda voltou ao palco depois de encerrar o concerto, tamanha foi a sintonia. Quando o fez, foi de uma forma triunfante.

pabloMas vamos ao princípio de tudo. Quarta-feira, 18 de julho. Pablo Alboran apresentou-nos um concerto bem animado, deixando as baladas para o fim, inclusive o grande êxito “Perdoname”. O público reagiu muitas vezes em uníssono.

De mencionar que todo o recinto estava “decorado” a preceito, repleto de referências a Madiba. No recinto o público contou ainda com algumas experiências que recriaram a vida de Mandela e os seus ‘hobbies’ durante os anos em que esteve preso, como o boxe, tendo sido um praticante desta modalidade e um estudioso da ciência dos seus movimentos.

A organização recorda ainda que a agricultura, através da plantação de uma horta, foi um dos seus principais escapes dentro dos muros da prisão em Robben Island, e a costura como meio de tornar mais quente e confortável o uniforme prisional, bem como o jogo de damas com outros companheiros de prisão.

Nos intervalos dos concertos passavam imagens de Mandela e da sua relação espantosa com a música e o desporto.

Os Calema também aqueceram bem o ambiente com uma progressiva ligação com o público, que foi aderindo progressivamente.

bobMas sem dúvida que o destaque da primeira noite vai para o veterano Bob Geldof, figura também muito ligada a iniciativas de cariz solidário. A mais mediática foi muito provavelmente o Live Aid, em 1985, que popularizou o Dia Mundial do Rock.

Entre canções, o músico irlandês falou, claro, sobre ativismo e política atual.

Para o cantor, é importante lembrar agora os valores de Nelson Mandela “num mundo onde há políticos tolos”, como Vladimir Putin ou Donald Trump. “Nelson Mandela defendia a democracia”, destacou.

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O músico acrescentou que “Nelson Mandela foi a pessoa mais especial” que conheceu.

Menção para festa dos Kaiser Chiefs e o aquecimento por Cecilia Krull (autora da canção do genérico da série “La Casa de Papel”).

Quinta-feira, 19 de julho, foi mais calmo… até chegar Gabriel o Pensador. Sempre imparável, conquistou o público. O palco do Nelson Mandela Music Tribute abriu o cartaz de quinta-feira com um concerto de Comfusões, um projeto musical criado com o objetivo de unir sons e artistas africanos e brasileiros. April Ivy e Jimmy P foram conquistando cada vez mais audiência. Mas tudo, na verdade, estaria em aquecimento para a última noite deste festival, sexta-feira, 20 de julho.

sowetoO Soweto Gospel Choir foi aquecendo ainda mais o ambiente, atraindo em pleno fim de tarde uma fatia considerável de audiência, que foi aumentando progressivamente.

Menção para Pablo Milanés e Rui Veloso, que nos trouxe um autêntico desfilar de pérolas com direito a medley, aliado a uma excelente componente instrumental. “Rapariguinha do shopping”, “Porto Sentido” ou “Nunca me esqueci de ti” não faltaram à festa que todos cantaram com prazer em uníssono. O público estava ao rubro.

Youssu N’Dour também caracterizou-se por uma forte interação com o público onde não poderia faltar, claro, o tema “7 seconds”.

O encerramento fechou em grande com Steven Tyler, deixando todos de coração cheio.  

A homenagem vai continuar

A garantia foi-nos dada por Telmo Fernandes, da Score Music. “É uma vitória. Estamos satisfeitos. Acho que celebramos a vida de Nelson Mandela com uma grande dignidade. As pessoas saíram muito satisfeitas, acho que se passou a imagem de Nelson Mandela: propagar a paz e o amor. Estou muito feliz por aquilo que estamos a conseguir. É um desafio grande. Para continuar. Aliás o Nelson Mandela Day é reconhecido pelas Nações Unidas, já acontece há muitos anos noutros países. Mas considero que tudo o que se possa fazer em nome do legado de Nelson Mandela é pouco.   

mandela_geral2E continuou: “Pretendemos seguir com este evento e fazê-lo todos os anos em Portugal e levá-lo para outros países. Posso dizer que já estamos em contacto muito avançado com o Brasil. Provavelmente irá decorrer para o ano em São Paulo”

Matosinhos foi “sem quaisquer dúvidas” o melhor local para realização deste evento. Estamos aqui em frente ao mar, num ponto central, o aeroporto. É fácil chegar aqui. A Câmara Municipal na pessoa da presidente, Luisa Salgueiro, teve uma dedicação e fez uma aposta no projeto”.

Recorde-se que este tributo, apresentado pela Câmara de Matosinhos e pela Embaixada da África do Sul, juntamente com a Score Music em associação com a Thirty-Three Productions, insere-se nas comemorações do 100.º aniversário do nascimento do Prémio Nobel da Paz nascido em Mvezo.

A receita desta homenagem musical a Mandela será entregue a instituições sociais. Para o ano a festa repete-se nos dias 18, 19 e 20 de julho. Para apontar na agenda. Lá estaremos.

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