Peça-problema, densa e controversa, “A Tragédia de Júlio
César” – a partir da obra de William Shakespeare – ambienta-se no tempo-charneira
da sangrenta metamorfose da República Romana no Império Romano. O espetáculo,
com encenação de Luís Araújo, assinalando o início da gestão artística da nova
direção de “Ao Cabo Teatro”, estreia na sexta-feira, 11 de outubro, no Teatro
Nacional São João (TNSJ) e resulta de uma releitura da tradução de Fernando
Villas-Boas que potencia uma autorreflexão de forma a “interrogar os mecanismos
da História e do Presente”, adianta a nota de imprensa enviada à VIVA!.
“Mais do que a tragédia de um homem ou do poder, ‘A
Tragédia de Júlio César’ é a tragédia de Roma enquanto
Cidade. Um resumo expressivo em palco da vida em comum dos homens, que alienada
e podre, abate um tirano para apaziguar a culpa de si que não admite e erguendo
uma outra, ainda mais feroz, a tirania. O palco transforma-se então num lugar
privilegiado onde nos (re)vemos e pensamos enquanto sociedade. Onde o teatro se
aproxima de um desígnio de reinvenção, uma espécie de «laboratório social dos
futuros possíveis»”, lê-se, ainda.
O espetáculo, em coprodução com o São Luiz Teatro Municipal, vai estar em cena até ao próximo dia 20 de outubro e pode ser visto às quartas-feiras e sábados, às 19h00, quintas e sextas-feiras, às 21h00, e aos domingos às 16h00. De referir que, para o dia 18, está agendada uma conversa pós-espetáculo, moderada por Jorge Louraço Figueira e, na última sessão, a peça será traduzida em Língua Gestual Portuguesa (LGP).
O preço dos bilhetes varia entre os 7,50 e os 16 euros.