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Dicionário tripeiro para principiantes

Dicionário tripeiro para principiantes

O Porto está na moda! São cada vez mais os turistas – e não só – que se deixam deslumbrar pela cidade e ficam rendidos à típica pronúncia do Norte. Trocar os “v” pelos “b” já é uma tradição, mas as peculiaridades nortenhas não ficam por aqui.

Por isso, se não é do Norte e não sabe o que é ser “lorpa”, não tenha “bergonha” de o admitir. Leia o dicionário tripeiro para iniciantes e garantimos-lhe que “vai ficar fino como um alho”.

Aloquete – Cadeado

Amassos – Troca de carícias

Andar à gosma – Viver à custa dos outros. É típico do moina, indivíduo malandro, “que não faz nenhum”

Apanhador – Pá para o lixo

Azeiteiro – Rufia, malandro, chulo

Badalhoca – Porca, desmazelada, prostituta; tasca no Porto, com afamadas sandes de presunto

Barona – Beata, ponta do cigarro

Benha – Diz-se repetidas vezes, e é o grito de guerra dos arrumadores de carros para assinalar um lugar vago entre muitos outros disponíveis. É um «beinha» que prosaicamente significa «venha»

Besuntas – Mulher muito gorda

Bisga – Escarro

Bitaites – Palpites. Popularizado por Hernâni Gonçalves, antigo elemento da equipa técnica do FC Porto, mais conhecido por “professor bitaites”

Botar – Pôr, deitar

Breca – Cãibra

Bufar – Soprar

Cabeça de giz – Polícia sinaleiro, controlador de trânsito. Muito típico entre taxistas: “‘Tás a dormir, ó cabeça de giz?!”

Cachaço – Bofetada no pescoço

Canalha – Grupo de crianças

Carago – Na verdade é caraças o que mais se utiliza para referir de forma metafórica o órgão sexual masculino

Chá de bico – Clister

Chaço – Carro velho, antigo.

Chotegane – Arma

Chuço – Guarda chuva

Cimbalino – Café expresso. Derivação da marca italiana de máquinas de café La Cimbali

Coiras – Chatas, más. Também se usa o “coirão” como referência a indivíduo reles com cabedal de respeito

Conduto – Prato de comida principal

Cor de burro quando foge – Diz-se quando não se sabe a cor de algo

Croque – Pequeno murro na cabeça com os nós dos dedos

Cruzeta – Cabide. Também usado para definir um indivíduo frágil, fraco de carnes. “O gajo parece uma cruzeta”

Dar corda aos vitorinos – Correr

Dar de frosques – Fugir

Deu-lhe a filoxera -Desmaiou

Dobradiças – Joelhos

Dói-me o garfeiro todo – Doem-me os dentes

Encher a mula – Comer muito

Enchousadela – Bater, tareia

Engrupir – Enganar. “É grupe” quer dizer “a mim não me enganas”

Estapor – Estupor, mau, cruel

Estar de beiços – estar amuado

Estar de gesso – Diz-se de alguém que não trabalha

Estar com os vitorinos encharcados – Estar bêbado

Esticou o pernil – Morreu

Estrugido – Ter uma amante, situação duvidosa. “O gajo arranjou cá um estrugido”

Falar para a central – Falar sem ser ouvido ou ouvir sem prestar atenção. Expressão que sucedeu à famosa “Estás a falar para a Sacor”

Faneca – Mulher bonita, formosa

Fisgar – O mesmo que “engatar”

Foguete – Buraco nas meias (collants)

Foi fazer tijolos – Morreu

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Foi medir caixotes – Morreu

Fronha – Cara feia

Gangada – Seita, grupo de rapazes, normalmente organizado

Guna – Ranhoso; Rapaz ou rapariga de origem social baixa, de bairro problemático, que usa roupas de marca, por vezes brincos e boné de pala virado ao contrário

Ir de saco – Ser preso

Jeco – Cão

Laurear – Passear. “Anda a laurear” é usado, depreciativamente, em relação a casos de vaidade exagerada ou referentes a quem não tem preocupações de maior

Lavagice – Porcaria, mistura de comida

Lázaro – Idoso, asilado

Lontra – Pessoa obesa, gorda. Também se diz “comer que nem uma lontra”

Mamona – Pessoa interesseira

Mandar uma traulitada – Dar um murro

Mânfio – Sabidola, astuto

Manguela – Malandro, indivíduo preguiçoso

Martelar – Fazer sexo

Matrona – Mulher desmazelada

Mijão – Sortudo

Moina – Polícia

Molete – Pão, carcaça

Mor – Termo utilizado pelas vendedeiras. Abreviatura de «amor»; forma carinhosa de chamar o cliente

Morcão – Estúpido, lorpa

Narizinho de cheiro – Diz-se de alguém que se ofende facilmente

Negócio das carnes – Andar na prostituição

Ouras (ter) – Ficar atordoado, enjoado

Paiva – Cigarro de substância ilegal

Paleógrafo – Conversa fiada. “Gajo cheio de paleógrafo”

Pandeireta – Mulher velha

Passar a ferro – Possuir sexualmente; atropelar

Pastelão – Omeleta; patanisca; diz-se daquele que é muito lento

Pastor – Palerma

Play-mobil – Polícia; agente da autoridade

Quilhar – Usado como em “vai-te lixar”

Regueifa – Pão redondo; traseiro

Sameira – Carica

Selo – Mancha, sujidade nas cuecas

Sêmea – Rabo de mulher

Sertã – Frigideira

Sostra – Pessoa preguiçosa

Tecla 3 – Anormal (baseado nas iniciais da tecla 3 dos telemóveis, DEF Deficiente)

Toura – Mulher jeitosa

Trengo – Atrasado, apalermado

Tótil – Muito. Versão portuense do “bué”

Vai no batalha – Mentira. Expressão usada para referir algo que não vai acontecer ou não passa de um “filme” (referência ao cinema Batalha)

Vagem – Feijão verde

Vergar a mola – Trabalhar

Xico – Período menstrual

Zequinha – Pessoa meio apalermada

Livro: O Dicionário de Calão do Porto
Autor: João Carlos Brito

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