Desviar a atenção do centro do Porto para os seus limites cada vez mais ténues e indefinidos. É este o objetivo da exposição “Caçador de Sombras: Viagem aos limites do Porto”, do fotógrafo italiano Guido Guidi, com curadoria de Paula Parente Pinto e Joaquim Moreno, que inaugura esta terça-feira, às 19h30, após uma conversa entre Álvaro Domingues e Joaquim Moreno, centrada no tema “Silêncios, ausências e outras avarias”.
Através da fotografia, o artista parte numa viagem pelas periferias e limites urbanos da cidade, incentivando a descentralização do olhar, num período de profundas transformações fomentadas pelo turismo urbano. Focado em lugares recombinados e pluritemporais, o olhar de Guido Guidi é um espelho silencioso que devolve ao público alguns limites urbanos tornados invisíveis pelo quotidiano e que não figuram entre os postais representativos da cidade, como é o caso do centro oculto.
O trabalho do fotógrafo pretende, assim, desviar-se do que é estável e codificado, arrumado nos lugares comuns da memória coletiva, e percorrer os limiares entre o urbano e a cidade, o comum e o invisível, o difuso e o confuso e o fugaz e o arruinado, afastando-se do centro físico e simbólico da cidade e da imagem.
A mostra estará patente, na Sala de Exposições da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, até ao dia 13 de dezembro.
