“Pensar Nutrição”, assim se intitula a plataforma ‘online’ lançada pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) que visa “combater a desinformação sobre a alimentação” através da publicação de artigos baseados em evidência científica.
Pedro Graça, professor da FCNAUP, explicou à Lusa, citada pela Rádio Nova, que o “site” Pensar Nutrição surge aliado ao “aumento do interesse” dos cidadãos pelo tema da alimentação e, consequentemente, das suas implicações ao nível da saúde.
“Nos últimos anos, vários trabalhos científicos de grande qualidade permitiram acumular evidência científica de que a alimentação inadequada era o fator que mais contribuía para determinar os anos de vida saudáveis perdidos pelos portugueses”, disse o professor, considerando que esta evidência científica desencadeou “dois comportamentos distintos”.
“Por um lado, houve uma maior tentativa de intervenção do Estado e da União Europeia na saúde das pessoas e, por outro, fruto da alimentação se ter tornado um bocadinho moda, associada às culinárias e aos chefes de cozinha, faz hoje disparar “likes” em tudo o que é rede social.”
A preocupação da população com a alimentação gerou também “um interesse em comunicar, cada vez mais, alimentação”, apontou o professor. No entanto, segundo o responsável, uma parte dessa comunicação é “imprecisa e até falsa”, uma vez que, por vezes, não tem por base evidências e estudos científicos.
E foi este o motivo que levou os professores da FNAUP a lançar a plataforma “Pensar Nutrição”, que conta com a colaboração de docentes, investigadores e antigos alunos da instituição.
“Não nos queremos tornar nos vigilantes da alimentação em Portugal, mas o objetivo é contribuir para que existam estas ‘ilhas’ de informação de qualidade para quem procura estes temas”, explicou.
A plataforma tem duas componentes: uma que contém textos sobre temas que são emergentes e outra de verificação de factos e análise de notícias.
O objetivo é que colegas de outras áreas, investigadores e até jornalistas acedam à plataforma “Pensar Nutrição” como “meio de sustentação para os seus trabalhos”.
