O Festival Internacional de Cinema do Porto – o Fantasporto – arranca na próxima sexta-feira, dia 26, no Teatro Municipal do Porto, mas antes há um Pré-Fantas que começa já esta segunda-feira. Este aquecimento vai preparar os portuenses para a programação intensa de cinema que se instala no Rivoli até dia 5 de março.
A exibição de “Dust” do realizador Milcho Manchevski abre o Pré-Fantas às 21h45 no Grande Auditório do Teatro. Esta obra será a primeira das quatro que serão exibidas como retrospetiva do trabalho do realizador da Macedónia, já nomeado para os Óscares em 1994 com a longa-metragem “Before the Rain” (que será exibida no encerramento do festival).
O macedónio, que vai receber o prémio carreira deste ano, vai marcar presença no festival.
As principais temáticas das obras que serão exibidas no Fantasporto vão centrar-se em problemas sociais atuais, como a questão da migração ou da violência. Exemplo disto é a sessão especial “Fantas for Peace”, que vai atrair as atenções para a paz, com obras sobre a segunda Grande Guerra, como “Exodus to Shangai”, de Michel Adam. 
A 36.ª edição do Fantasporto abre, oficialmente, na sexta-feira, 26 de fevereiro, com o filme português “Gelo”, de Luís Galvão Teles e Gonçalo Galvão Teles, a ir para o ar no Grande Auditório, pelas 21h. A obra nacional é considerada um romance com o fantástico em redor. Um filme que levará o público a questionar-se sobre “quantas vidas há numa vida”.
“Gelo” tem como protagonista a atriz espanhola Ivana Baquero, mas conta com um elenco recheado de artistas portugueses, como Afonso Pimentel, Albano Jerónimo, Ivo Canelas ou Inês Castelo-Branco. O filme dos dois realizadores foi um dos 15 selecionados para integrar a competição oficial do festival norte-americano Cinequest. “Gelo” estreia no dia 3 de março nas salas de cinema portuguesas.
Para além deste, o Fantasporto terá uma enorme variedade de obras de quarenta países. No entanto, o destaque vai para o cinema da América Latina que, de acordo com Mário Dorminsky, diretor do festival, tem “os novos nomes do cinema”.
No total serão exibidas cerca de duas centenas de filmes, mas apenas 63 deste lote estarão em competição.
Um destaque também desta edição é o filme “Chasuke’s Journey”, de Sabu, exibido no dia 2 de março. O japonês, realizador de “Drive” e “Miss Zombie”, chega ao Porto depois de ter feito parte da seleção do Festival de Berlim.
Para encerrar o festival, passará na tela o filme de Manchevski, “Before the Rain”, que venceu o Leão de Ouro em Veneza em 1994. A obra será apresentada pelo próprio realizador.
Já o júri será o responsável pela classificação de quatro secções distintas em competição. Ao prémio de melhor filme português concorrem 12 curtas-metragens e uma longa. O júri da secção de Cinema Fantástico, este ano, é composto por Ate de Jong, Romain Basset (que no ano passado recebeu o Prémio de Realização Cinema Fantástico 2015 no Fantasporto), Drew Casson, Marc Carreté e Mark Murphy. E para esta secção está selecionada uma grande parte das obras da América-Latina. Na Semana dos Realizadores, que tem dez filmes em competição, a responsabilidade vai para Karoly Meszàros (que venceu o Grande Prémio Fantasporto 2015 por “Liza, The Fox Fairy”), Luís Diogo e Ernesto de Nova. Na secção Orient Expres existem seis filmes a concorrer.
O “Fantas” regressa ao Porto e mostra, cada vez mais, uma programação diferenciada, menos centrada no cinema fantástico. Este ano, apenas serão exibidos cinco longas metragens de terror.
O Fantasporto 2016 vai também homenagear o ator português Nicolau Breyner. De acordo com Beatriz Pacheco Pereira, diretora do festival, o artista é “mais conhecido pela televisão”, mas é também “um homem do cinema e uma figura incontornável do audiovisual em Portugal”.
A programação completa pode ser consultada em www.fantasporto.com.
Texto: Raquel Andrade Bastos
