O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) vai apresentar, esta sexta-feira, oito tecnologias com aplicações nas áreas da saúde, mar, indústria, energia e media. Os projetos foram financiados pelo Norte 2020 num total superior a 12€ milhões de euros.
A apresentação, marcada para sexta-feira, dia 28 de junho, a partir das 16h20, no Campus da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), celebra o término dos três projetos integrados de I&D do INESC TEC, denominados de CORAL, TEC4GROWTH e NANOSTIMA, que tinham como objetivo a investigação científica multidisciplinar para explorar várias áreas do conhecimento gerando assim tecnologias transversais de largo espectro.
Tecnologias para análise de células e estruturas sub celulares nanométricas, sensores de CO2, ferramentas para auxiliar na circulação oceânica, ferramentas de inteligência artificial e visão por computador para anotações de conteúdo multimédia, tecnologias de realidade aumentada, tecnologias para carregamento de veículos elétricos ou ferramentas de auxílio aos radiologistas na reconstrução mamária são algumas das tecnologias que vão ser mostradas ao público.
“Estes projetos foram um verdadeiro desafio no que diz respeito à exploração de diferentes áreas de conhecimento. Por exemplo, uma das tecnologias que vamos apresentar amanhã [sexta-feira] tem aplicação na indústria da moda. A tecnologia chama-se Fashion.Finder e o que desenvolvemos foram ferramentas, com recurso a técnicas de inteligência artificial, visão por computador e crowdsourcing, que permitem identificar elementos e acessórios de moda em conteúdos audiovisuais, como fotografias e vídeos de campanhas fotográficas de moda, desfiles, etc.”, explica Paula Viana, investigadora do INESC TEC responsável pela linha FourEyes do projeto TEC4GROWTH e docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
Esta tecnologia pode ser também adaptada a áreas como o fotojornalismo, conteúdos noticiosos ou de eventos, permitindo por exemplo a identificação de personalidades em material de arquivo que possa ser reutilizado, e otimizando assim todo o processo de criação de novos materiais audiovisuais em tempos curtos, como é normalmente o requisito em ambiente jornalístico, explica o comunicado enviado à VIVA!.
No âmbito do projeto NanoSTIMA, que se insere na área da saúde, vai ser apresentado o Intelligent Lab on Fiber (iLoF), um método que recorre a inteligência artificial para obter informações de diagnóstico e prognóstico de doenças.
“O iLoF, que já tem uma patente registada e pendente, pode contribuir futuramente para o desenvolvimento do conceito de Medicina Personalizada, particularmente na área do cancro e das doenças neuro degenerativas, contribuindo para a obtenção de ‘assinaturas biológicas’ específicas de cada doença em fluídos biológicos (ex. plasma do sangue) de uma forma simples, rápida, não invasiva e de baixo custo. Tendo acesso a esta base de dados de ‘impressões digitais óticas’ dos vários bio marcadores (células, nano-vesículas) diversos estudos poderão ser conduzidos, incluindo a previsão do prognóstico de uma determinada doença ou a definição de subtipos de doenças dentro de um tipo mais geral”, refere João Paulo Cunha, coordenador do Centro de Engenharia Biomédica do INESC TEC e docente da FEUP.
Outra das tecnologias que será apresentada tem como objetivo auxiliar os radiologistas na deteção e caracterização dos vasos perfurantes epigástricos inferiores, relevantes no planeamento de cirurgias de reconstrução mamária. A ferramenta foi desenvolvida em colaboração com a Fundação Champalimaud e já foi também submetido um pedido de patente.
José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC e docente da FEUP, e Fernando Freire de Sousa, presidente da CCDR-Norte, farão, às 16h, o encerramento formal dos projetos integrados. Depois, os participantes podem ver e testar as tecnologias disponíveis.
