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“Porto Sentido de Fora”

“Porto Sentido de Fora”

Um olhar estrangeiro pela Invicta

Se ainda não visitou a Feira do Livro do Porto, apresse-se pois só tem este fim de semana para contemplar verdadeiras relíquias. Mas como nem só de livros vive este certame, lançamos o convite para visitar a Mezzanine da Galeria Municipal do Porto e deixar-se envolver pela exposição “Porto Sentido de Fora – Livros e Guias de Viagem de Portugal entre a Monarquia Constitucional e o Estado Novo (1820-1974)”, com impressões digitais da sociedade portuense, ao longo de 200 anos.

Aqui poderá encontrar algumas das primeiras descrições turísticas da cidade que nos últimos seis anos foi por três vezes eleita o Melhor Destino Europeu e que já no século XIX encantava os seus visitantes.

“Que cidade encantadora e pitoresca é o Porto, com as suas pequenas ruas estreitas de casas altas, cada história marcada por uma varanda…” (KINSEY, William Morgan (1829). Portugal Illustrated).

porto_antigo2William Harrison, na obra “The Tourism in Portugal” (1839), descreve a Invicta da seguinte forma: “Há no Porto aquilo que não poderá ser encontrado em nenhuma outra parte de Portugal, pelo menos até onde as nossas pesquisas se estenderam, ou seja, há uma visível atividade de negócios, atribuível, como temos razões para acreditar, ao exemplo dos residentes britânicos, mais numerosos aqui do que em outras cidades do Reino”.  

No século XIX, já estava intrínseco na Invicta um certo dinamismo que catapultava a cidade para outra dimensão. Hoje em dia, com o forte crescimento do turismo na cidade, torna-se importante refletir sobre a perceção que os outros tinham da Invicta ao longo dos séculos.

porto_antigo6“Porto Sentido de Fora – Livros e Guias de Viagem de Portugal entre a Monarquia Constitucional e o Estado Novo (1820-1974)” está patente na Mezzanine da Galeria Municipal do Porto até este domingo, 23 de setembro.

Trata-se de uma intensa viagem que se faz de livros e guias internacionais que versam o Porto em diferentes épocas, através de uma exposição que enquadra politica e historicamente alguns acontecimentos marcantes. É uma mostra que funde emoções, cores e cheiros do Porto.

Com efeito, há um conjunto de livros/guias internacionais e uma profusão de fotografias documentais para ver in loco. Tudo atesta algo: o Porto sempre foi marcado pelo seu ex-libris, o vinho, e claro, as suas gentes, tão especiais e genuínas.

Com efeito, são inúmeras as impressões digitais que as gentes da Invicta causavam nos transeuntes. Deixamos dois exemplos:

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porto_antigo4“Balançando-se com um jeito peculiar e desajeitado, as mulheres levam prodigiosas cargas sobre suas cabeças. Tudo, desde bebés a fardos de mercadoria, é suportado pela cabeça feminina em Portugal, e estas mulheres do Norte usam uma peculiar rodilha adaptada a esse costume”. GILBERT, Watson (1904), Sunshine and Sentiment in Portugal

“É na extensão do seu semblante e da sua graciosidade que reside o seu encanto, pois é uma beleza complexa, sem pretensões” MATHEWS, Henry (1825), Diary of an invadid. Being the journal of tour in pursuit of health in Portugal

É a beleza natural nortenha elevada ao seu máximo.

Podem ser vistas gravuras, fotografias, ilustrações e outros conteúdos sobre o país, produzidos por autores oriundos de diferentes países, mentalidades e culturas.

porto_antigo3A curadoria da mostra é da responsabilidade de Vasco Ribeiro, Elisa Cerveira e Ana Isabel Boura, todos docentes e investigadores afetos à FLUP – Faculdade de Letras da U.Porto e contou neste domínio com colaborações de Emília Dias da Costa, da FBAUP – Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.  

Deste trabalho de pesquisa, resulta um livro homónimo da exposição. A mostra parte de um “corpus” com mais de 300 obras, reunidas a partir de uma coleção particular de Vasco Ribeiro e do acervo da Biblioteca Municipal do Porto.

A iniciativa partiu de Vasco Ribeiro que juntou uma coleção de guias ao longo dos anos. Numa fase em que o Porto é visitado por muitos estrangeiros, torna-se pertinente essa abordagem.

Uma das fases que considera mais interessante, não fosse Vasco Ribeiro especialista em comunicação política, é a do Estado Novo. António Ferro, o responsável pela máquina da propaganda de Salazar, encontrou nos guias turísticos uma estratégia de comunicação.

Este trabalho pretende, sucintamente, mostrar como o Porto foi sentido pelos autores dos livros e guias de viagens publicados no estrangeiro durante quatro períodos da história: Monarquia Constitucional, Primeira República, Ditadura Militar e Estado Novo.

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