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Siraiva

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“Rumo ao verão”

Começou em 2014, no âmbito do projeto Siraiva, com o êxito “Brinca na Barriga”, acabando por deixá-lo estacionado a propósito de outros projetos que foi desenvolvendo ao longo do tempo, nomeadamente um álbum em inglês, ou a participação como compositor no Festival da Canção, a convite de Nuno Galopim. Numa conversa que passou pelos inícios da carreira musical com o exemplo dos X Position, passando pelos D.R. Sax, até à atualidade, Pedro Saraiva explicou-nos o que o motiva. Veja o resultado. Sem filtros.

Siraiva lançou no dia 29 de junho o álbum “Rumo ao Azul”, com 13 temas de pop dançável, cheios de cor, frescura, boa onda e conta com diversas parcerias.

Os primeiros passos de “Rumo ao Azul” começaram em 2014, com o single “Brinca na Barriga” (com Pacman), a que se seguiu “Dá-me um toque” (com Rui Pregal da Cunha), que aqui surgem como faixas-bónus. Mas outras aventuras de Siraiva se meteram pelo meio, atrasando a finalização deste trabalho.

Primeiro o álbum “Gentleman Takes Polaroids” (2016), integralmente cantado em inglês e que acumula parcerias com vocalistas internacionais. Depois, surge o convite da participação no Festival RTP da Canção 2017, com o tema “Without You”, interpretado por Lisa Garden.

brinca_barrigaEm 2018 finaliza este projeto adiado.

Este disco está recheado de nomes importantes do panorama musical português: Pacman, Rui Pregal da Cunha, Hugo Piteira (Presto, dos Mind da Gap), Ben Monteiro/Alex Teixeira (D’Alva), Vítor Silva, Pedro Pode, TenSixteen, Melo D, DJ Slimcutz, João Luís Barreto Guimarães (que já tinha colaborado com Pedro Saraiva em D.R.Sax), Big Papo Reto, Inês Kilpatrick, Bruno Azevedo, Valter Lobo, João Pedro Coimbra, Clavezinhas de Sol, Chamorra e Gabriela Marramaque.

Ponto de partida para uma conversa que passou pelas origens desta frutífera carreira.

Como e quando surgiu o interesse pela música? Houve influência de alguém em especial?

Foi mais ou menos quando eu tinha 13 anos. Eu já desenhava. Tive, de certa forma, sempre ligado às artes. Aliás, o Major Alvega vem daí. Tinha um amigo que tocava guitarra, naquela fase da nova música portuguesa, com os Heróis do Mar, GNR, os neo-românticos, a new wave. Vieram nessa altura tocar os Duran Duran a Portugal e eu comecei a tocar baixo. Era algo que me interessava e que gostava. Senti aptidão para aquele instrumento. Cheguei a andar um bocado disperso, como é natural num miúdo de 14 anos. Participei, inclusive, nos “Culto da Ira”. Costumo dizer que era dos poucos urbano depressivos do Porto que não tomava ansiolíticos (risos).Também houve os X Position que chegaram a abrir para Lloyd Cole. Fomos patrocinados para ir gravar um álbum em Londres.

Foi conquistando um lugar na música portuguesa e foi também compositor no Festival da Canção, em 2017. Como é que descreve essa participação?

Estava em casa, por acaso a trabalhar para o registo ‘Rumo ao Azul’, e telefonou-me o Nuno Galopim a fazer o convite. Nesta altura coincidiu, também, com a gravação de um disco em inglês, “Gentleman Takes Polaroids” (2016), com umas participações internacionais, que quis contrapor com o ‘old school’ do “Rumo ao Azul”. Quis fazer algo mais direto em relação às redes sociais. No fundo trabalhar um bocado como fazem agora os miúdos. É tudo muito mais rápido. Gravei esse álbum em dois meses e o Nuno tinha acabado de o receber.

siraivaA música era bastante catchy, orelhuda e bem amiga das pistas de dança…

Convidei a Lisa Garden e levamos a cabo a participação. O balanço é positivo. Aquilo é o meu som e é sempre característico, esteja eu a trabalhar para o meu álbum novo, ou a produzir outro projeto.

Nos D.R. Sax, há um registo groovy, funky que acaba por ser “reatualizado” no Siraiva?

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Sim. Aliás, o “Eu não me esqueci” que é o sucesso dos D.R. Sax, tocou tanto nas rádios como nas discotecas, em simultâneo. E com o “Brinca na Barriga” acontece exatamente a mesma coisa. O “Brinca na Barriga” é a nova versão do “Eu não me esqueci”, embora tenha a colaboração do Pacman, que foi muito importante.

Em termos de influências, bandas… pode citar alguns exemplos? Daft Punk…

Sim, claro que sim. Mas as minhas influências começam em 70. Tenho irmãs mais velhas, então sempre que íamos às festas de disco sound eu tinha a mania que era o John Travolta (risos), que é a minha referência como professor de dança, muito com a “Febre de Sábado à noite”, até pelo som dos Bee Gees. Também de referir o caso dos Kool and the Gang, Chic com o Nile Rodgers, importantíssimo nessa altura. Nos anos 80 comecei a ouvir Michael Jackson e o Prince. Depois nos anos 90, os Daft Punk.

Foi difícil reunir, relativamente ao álbum “Rumo ao Azul”, tantos convidados de peso?

Foi. O título do álbum vai um pouco ao encontro dessa realidade. Rumo a algo com tantas participações. Mas um álbum que fizesse sentido.

Se pudesse resumir este álbum em duas palavras, ou numa frase, o que escolheria?

Rumo ao verão, que tarda em aparecer (risos).

O que devemos reter neste álbum “Rumo ao Azul”?

Neste registo é importante salientar a importância de trazer para a atualidade as minhas influências old school. Como tornar tudo mais atualizado. Não sou propriamente um miúdo, que começou agora a trabalhar. A mais valia que posso trazer é precisamente este know how, fundindo o novo com uma escola mais antiga.

siraiva_2Neste álbum há algum single que possa rivalizar com o “Brinca na Barriga”?

É muito difícil, eu sou suspeito. Acho que o “Tantas cenas”, o “Sou tão fácil”. Nunca quis fazer um álbum que fosse só aquele som. A minha música é de quando os brancos querem fazer música negra, que vem dos anos 80, como o caso dos Blow Monkeys. Tenho muitas influências dessa altura. Por exemplo, o “Sou tão fácil” quase que faz lembrar outra vez aquela época do ‘Exterminador Implacável’, do ‘Karate Kid’. Voltamos um bocado outra vez a essa época. Gosto de ter essas referências específicas.

Cultura pop, acima de tudo.

Sim.

Há algum plano futuro que queira divulgar à VIVA!?

Pretendo fazer um álbum por ano em português. Não quer dizer que vá intercalando com um álbum em inglês. Vou-me concentrar neste projeto até porque vou começar a tocar ao vivo, com as datas a serem divulgadas a seu tempo. Tudo isto cria logo uma responsabilidade para fazer um álbum por ano.

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