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Wind Family

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A família que vai dar a volta ao mundo num veleiro altamente sustentável

Viajar à volta do mundo, por tempo indeterminado, num veleiro altamente sustentável? Sim, é possível e a Wind Family é a prova disso. Em julho, partem numa viagem sem data de regresso marcada, que vai passar por vários locais, nomeadamente Cabo Verde, Gâmbia, Caraíbas, Panamá e Madagáscar. A bordo do veleiro estará o capitão João Pisco e a sua esposa Inês Saldanha acompanhados pelos quatro filhos: Alice, de 10 anos, Manel, de sete, Francisco, de quatro, e Teresinha, de apenas dois. Numa conversa intimista com a VIVA!, Inês revelou que, naturalmente, há muitos receios, mas que a vontade de ir e conhecer o mundo “é mais forte do que tudo”. Com esta família, aventura é a palavra de ordem e por isso mesmo o caminho só pode ser um: ir e ser feliz.

O sonho não é de agora e demorou algum tempo para que, efetivamente, se tornasse realidade. “Há cerca de cinco anos, o João começou a ler muito sobre este assunto e quanto mais lia mais entusiasmado ficava e me deixava também a mim. A primeira vez que falamos nisto achamos que era completamente impossível, a sensação que tivemos foi que era preciso ganharmos o Euromilhões”, recorda Inês Saldanha, revelando que o grande passo para esta viagem foi dado a partir do momento em que disseram: “Nós queremos fazer isto. O que é que preciso para o conseguirmos? Para deixar esta utopia e fazer disto a nossa vida?”.

Assim, juntaram forças e começaram a fazer, em terra, a viagem de preparação para aquilo que, em breve, irão viver em alto mar. Os últimos anos foram passados entre muito estudo sobre o assunto, nomeadamente pesquisa de ensino doméstico, possíveis problemas a bordo, famílias que já haviam feito viagens semelhantes e, claro, a juntar dinheiro para comprar o veleiro e equipá-lo à semelhança de uma verdadeira casa. E o resultado final, garante Inês, ficou “espetacular”. “Tem uma boa cozinha, um quarto só para mim e para o João, um quarto para as meninas e outro para os rapazes, uma casa de banho, uma sala espaçosa e ainda um quarto de visitas”, revela, comparando o veleiro, com 15 metros, a uma “autocaravana gigante”.

“Somos os únicos loucos com quatro filhos que vamos fazer isto em Portugal”

Partirão no próximo mês de julho, de Cascais, com uma “rota totalmente definida”, mas suscetível de ser alterada, seja por condições meteorológicas que obriguem a tal ou por uma questão de gosto pessoal. “Se chegarmos a um local e nos apetecer ficar lá seis meses, por exemplo, ficamos. Temos liberdade para fazer o que quisermos porque o ponto número um desta viagem é viajar pelo mundo e conhecer novas culturas”, realça. Seguirão em direção a Porto Santo, de lá irão para as Canárias, depois Cabo Verde, Gâmbia, regressarão novamente a Cabo Verde e daí atravessarão o Atlântico em direção ao sul das Caraíbas. Seguir-se-á o Panamá, com a passagem pelo canal para o Oceano Pacífico, onde contam permanecer mais tempo, e depois o Oceano Índico, numa viagem que “ninguém sabe quanto tempo durará”.

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Nos locais onde ficarão mais tempo, Inês e João vão inscrever os filhos em escolas gratuitas de ensino de inglês e francês, de forma a que eles possam “aprender várias línguas”. Além disso, “as crianças vão fazer ensino doméstico” e continuarão a ser acompanhadas pelos professores da escola onde estavam matriculadas, explica Inês, realçando que isso os deixa ainda mais tranquilos com esta viagem, que tem, também, uma forte componente solidária e sustentável associadas. “A água do mar vai ser transformada em água potável, o vento leva-nos, só haverá combustível, no máximo, quando estivermos a atracar o barco. Nem um gerador nós temos. Será tudo feito com o vento para sermos o mais sustentáveis possível”, revela.

No que respeita à alimentação, será também “uma questão de sustentabilidade quase obrigatória”. Temos que pescar porque precisamos de proteína e a única forma de a termos é pescando, por isso é o que faremos”, indica, adiantando que nos mercados locais comprarão apenas aquilo que for usual consumir-se. Nos destinos onde atracarem, vão também colocar em prática o projeto “Letters of Love”, que consiste em “ir com os filhos às escolas de cada comunidade, criar uma caixa de correio e fazer com que se troque correspondência entre esses miúdos e outros que estejam hospitalizados nas proximidades e a precisar de uma mensagem positiva”, explica Inês.

“Uma das nossas preocupações foi «como é que estando a viajar vamos sobreviver?». Porque o nosso objetivo não era trabalhar enquanto viajássemos, era mesmo só viajar. E é isso que vamos fazer. Vamos ser nómadas e sustentáveis”.

Na bagagem levarão “apenas aquilo que é essencial”. O objetivo é mesmo que esta viagem seja “o mais sustentável e minimalista possível” e que, juntos, aprendam, ainda mais, a deixar de lado tudo aquilo que é supérfluo. Afinal, esta não é só mais uma viagem entre as tantas que já fizeram. “As outras foram todas férias. Isto vai ser um modo de estar: viver a viajar. E é aí que tudo muda. Vamos ser nómadas. E eu não sei se vamos gostar, se não vamos, se vamos adaptar-nos ou não. Mas vamos, porque é isso que queremos”, diz, visivelmente empolgada. Por cá fica a família, os amigos, as recordações de histórias felizes, os empregos, que largaram prontamente, e duas casas arrendadas que permitirão ao casal obter alguma fonte de rendimento durante o período em que estiverem a viajar.

Com as expectativas e o entusiasmo em alta, esta família só pensa mesmo em partir para o seu grande sonho, aquele que como escreveu o poeta António Gedeão, e nós tantas vezes repetimos, “comanda a vida”. E este é o sonho de dois pais que esperaram pela “altura certa” para poderem levar os seus quatro filhos naquela que será “a melhor viagem” das suas vidas e, assim, mostrar-lhes que as experiências são, efetivamente, aquilo que todos nós guardamos para sempre.

Pode acompanhar a aventura desta família através das páginas de Facebook, Instagram e do blog da Wind Family.

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